domingo, 23 de novembro de 2014

Teoria da Renda Permanente (rascunho)

Olá pessoal,

Me pediram para comentar sobre renda permanente... Confesso, faz um certo tempinho que não via o assunto, mas vamos lá! Como não terminei ainda, resolvi mandar um rascunho para já ir ajudando a pessoa. Depois edito e mando a versão final.
Na verdade, a Teoria da Renda Permanente (desenvolvida por Milton Friedman ) e a Teoria do Ciclo de Vida ( já explicada em post anterior aqui no blog e desenvolvida por Franco Modigliano) se trata de uma mesma teoria sobre consumo, mas cujos enfoques são distintos.
O Ciclo da Vida fala sobre o planejamento dos consumidores ao longo de toda a sua vida e sua hipótese é a de que a renda segue um padrão regular ao longo da vida da pessoa. Já a Renda Permanente , ao contrário, considera que as pessoas experimentam variações aleatórias e temporárias em suas rendas de ano para ano.

Assim, a renda total de um pessoa , para Friedman seria separada em 2 parcelas:
-A permanente: Que a pessoa espera que pemaneça no futuro.
- E a transitória : Que a pessoa não espera que vá permanecer no futuro.

Exemplo:
João é gari em uma empresa pública de limpeza urbana no Rio de Janeiro. Além disso, para aumentar a sua renda ele realiza bicos: conserta cadeiras, pinta paredes...
Podemos dizer que o salário de joão como funcionário público é garantido.Ele espera receber todo o mês os seus R$ 1500. Já o quê ele recebe com os bicos não é garantido. Mas joão consegue em média, com os bicos, por mês , R$ 200.
Assim, como João age?
João considera como sua renda permanente 1500+200 = 1700
Todo o resto que João conseguir a mais com os bicos é considerado algo transitório.

Como João deveria consumir?
O consumo de João deve estar relacionado a gastar uma proporção de sua renda permanente.

Assim, digamos que no mês2 ele tenha conseguido R$1000 só com os bicos , o quê João faz?
Renda total no mês: R$1500+R$1000 = R$2500
Essa renda é esperada de ocorrer nos próximos meses? Não
Quanto é de renda Permanente ? Ainda 1700
Logo, esses R$2500 - R$1700 = R$800 reais a mais, por serem transitórios, deveriam ser consumidos pelo resto da vida e não apenas no mês.




 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Socialismo - teste

Como escutei reclamações pela não atualização do blog hoje, resolvi colocar uma coisa bem rápida para distrair. Bom, estou fazendo mestrado, ultimas provas... então , minha situação não está das melhores rsrsr por isso que abandonei o blog. Desculpem. Retornarei aos poucos sem muita pretensão. Quando tiver férias volto a atualizar isso direito, como deve ser.
É uma história que já conhecia e que provavelmente algumas pessoas também devem conhecer.
http://www.engenhariae.com.br/colunas/professor-que-nunca-havia-reprovado-um-so-aluno/
Essa história é conhecida por muitos economias. Não sei se é de fato verdade, se é lenda urbana rsrsr, mas vale leitura e reflexão.
Nas férias vou tentar aproveitar para cá algumas coisas interessantes do mestrado.

Beijinhos

sexta-feira, 15 de março de 2013

A verdadeira história do mágico de Oz (como você nunca ouviu)

Hoje, por incrível que pareça, o título realmente é o que é. Sem alusões a mais nada.
Essa história de criança que ficou famosa no mundo todo é, na verdade, e para espanto de muitos, uma lição sobre história econômica.

Dessa vez, não vou escrever com minhas próprias palavras. Isso porque quando escrevo é para simplificar e tornar a coisa um pouco mais divertida do que da maneira formal de ensinar economia. Mas dessa vez, acho que a explicação e o tema em si já está em um contexto divertido e simples o bastante. O texto de hoje  será retirado de um livro de economia, e portanto, cito sua referência bibliográfica antes de mais nada, para os devidos créditos ao autor: N. Gregory Mankiw, "macroeconomia" quinta edição, Editora LTC, cap 4 pag: 68

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"O movimento da prata livre, a eleição de 1896 nos Estados Unidos e o mágico de Oz"

As redistribuições da riqueza causada por mudanças inesperadas do nível de preço são com frequência uma fonte de distúrbio político, como ficou evidenciado pelo movimento da Prata Livre, ao final do séc XIX nos Estados Unidos.
De 1880 a 1896, o nível de preços no país caiu 23%. Essa deflação foi boa para os credores, em particular, os banqueiros da região Nordeste, mas foi ruim para os devedores, em particular os fazendeiros das regiões Sul e Oeste do país. Uma solução proposta para esse problema foi a substituição do padrão ouro por um padrão bimetálico, pelo qual tanto o ouro quanto a prata poderiam ser cunhados em moedas. A mudança para um padrão bimetálico aumentaria a oferta de dinheiro e acabaria com a deflação.

A questão da prata prevaleceu a eleição presidencial de 1896. William McKinley, o candidato republicano, fez campanha com uma plataforma de preservação do padrão ouro. Willian Jennings Bryan, o candidato democrata, era favorável ao padrão bimetálico. Em um discurso famoso, Bryan proclamou: " Não empurrarão na cabeça do trabalho essa coroa de espinhos, não vão crucificar a humanidade numa cruz de ouro". Não surpreende que McKinley fosse o candidato do establishment conservador do Leste, enquanto Bryan era o candidato dos populistas do Sul e do Oeste.

Esse debate sobre a prata encontrou sua expressão mais memorável em um livro para crianças, O Mágico de Oz. Escrito por um jornalista do Meio-Oeste, L. Frank Baum, logo depois da eleição de 1896, o livro conta a história de Dorothy, uma menina perdida numa terra estranha, longe de sua casa no Kansas. Dorothy (representando os valores tradicionais americanos) faz três amigos: um espantalho (o agricultor), um homem de lata (o trabalhador industrial) e um leão, cujo rugido excede seu poder ( William Jennings Bryan). Juntos, os quatro percorrem uma perigosa estrada de tijolos amarelos (o padrão ouro), esperando encontrar o Mágico que ajudará Dorothy a voltar para casa. Acabam chagando a Oz (Washington), onde todos vêem o mundo através de óculos verdes (o dinheiro). O mágico (William McKinley) tenta ser todas as coisas para todas as pessoas, mas se revela uma fraude. O problema de Dorothy só é resolvido quando ela toma conhecimento do poder mágico de suas sandálias de prata.
Embora os republicanos tenham ganho a eleição de 1896 e os Estados Unidos tenham permanecido no padrão ouro, os defensores da Prata Livre conseguiram a inflação que queriam. Na época da eleição, descobriu-se ouro no Alasca, na Austrália e na África do Sul. Além disso, os refinadores de ouro criaram o processo de cianeto, que facilita a separação do ouro do minério. Esses acontecimentos levaram a aumentos da oferta monetária e dos preços. De 1896 a 1910, o nível de preços subiu 35%.

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Vale incluir um pedaço de uma nota de rodapé do autor:"O filme realizado 40 anos depois escondeu grande parte da alegoria, ao mudar as sandálias de Dorothy de prata para rubi. (...)


Bom, é isso! Gostaram? Interessante né?
Bjo =)
Até mais!



terça-feira, 12 de março de 2013

A esperança

Ai ... a esperança ...
Esperança por dias melhores, por mais saúde, dias amenos de sol, mais diversão, por mais sucesso no trabalho, por mais facilidade em aprender as coisas.
Se eu pudesse pedir algo para um gênio da lâmpada , seria aprender e conseguir reproduzir o conhecimento de qualquer coisa em no máximo um mês. Não interessa o que fosse: desde um origami, até a construção de um prédio.
Isso me permitiria uma infinidade de benefícios: Viajar para todos os países falando fluentemente sua língua natal, aprender com desenvoltura matérias de faculdade que acho fantásticas, mas tenho dificuldade. Poder construir móveis de arquitetura, lustres, carros mais econômicos ..... qualquer coisa, em no máximo um mês.
Agora pense você, se pudesse pedir algo para o gênio da lâmpada, o quê pediria?
Embora a probabilidade de um gênio aparecer logo para a gente seja nula, não custa nada sonhar um pouquinho .... Afinal....... Vai quê acontece.... né? srsrsrsrs

Esse blog hoje, embora vá falar de esperança, não será bem essa a esperança que mencionei, mas sim a esperança estatística.

O quê é esperança para eles? Podemos dizer com um certo desdém que a esperança deles é conseguir calcular qual o número que irá sair, levando em conta a probabilidade dele sair.
É uma medida tipo a média, mas é calculado de maneira diferente.

Vejamos um caso como o de um investimento:
Marcelo tem duas propostas:
Caso 1- Ganhar 100 reais caso invista na poupança
Caso2-Ganhar 150 reais ou ficar apenas com 50 reais em uma aposta. A chance (probabilidade) de cada um ocorrer é de 50%

Esperança do primeiro caso: Ganha 100 reais com certeza, ou seja, probabilidade 1
E(Caso 1) = 100*1=100
Esperança do primeiro caso: Ganha 150 reais com chance de 50% ou ganha 50 com a mesma chance.
E(Caso 2) = 150*0,5 + 50*0,5 =75+25=100

Nesse caso que demos, o caso 1 e o 2 deram esperanças iguais. Entretanto , se , ao invés de 150, ganhássemos 140, esse valor de esperança já não seria o mesmo. E o mesmo ocorre caso mudássemos a probabilidade de cada evento do caso 2.

Agora imagine que você seja o Marcelo, o que é melhor? O caso um ou o caso dois?

Essa pergunta não possui uma resposta certa, pois ela depende do perfil que você possui.

- Caso você prefira ganhar cem reais com certeza, você tem um perfil conservador.
-Caso você prefira arriscar perder 50 reais em relação ao caso 1, pois está visualizando que pode ganhar os 150 ao invés de só 100, você é um investidor agressivo, isto é, um investidor que aceita correr o risco em busca de resultados melhores.

Por isso que existem tantas possibilidades de investimentos: LTN, poupança, renda fixa, renda variável....
Cada uma oferece mais ou menos risco para o seu investidor e é razoável imaginar que quanto mais risco o investidor está disposto a arcar , mais ele quer ser remunerado por isso.
Assim, investimentos consideráveis mais seguros, como é o caso da poupança, possuem um juros bem baixinho. Ao passo que investimentos mais arriscados, possuem um juros muito maior, mas muito mais chance do investidor ter perdas também.

Espero que tenham gostado do texto.
Até mais =)


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Prefere doar pra alguém a dar seu dinheiro pro governo?

Olá,

Eu estava pensando em colocar algo mais didático ... mas depois que li esta reportagem achei que merecia um destaque aqui.

Para acessar:

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/imposto-de-renda/noticias/como-doar-seu-imposto-de-renda-em-vez-de-paga-lo-ao-governo

Prometo que o próximo post será maior rsrs


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Apocalipse Zumbi

O The economist, uma revista super conceituada no ramo de economia,  publicou dia 16 sobre os políticos brasileiros , e .... os chamou de zumbis!!!!

Para ler o texto no original acesse:

http://www.economist.com/news/americas/21571896-despite-serial-corruption-allegations-old-guard-just-keeps-coming-back-unstoppable

Para ler o resumo do texto em português, acesse:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,the-economist-chama-politicos-brasileiros-de-zumbis,998472,0.htm

Cuidado .... eles já estão entre nós rsrsrsrsrsrssrrs.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Como já dizia o pica-pau: "Meu dinheirinho, meu rico dinheirinho!"

Pessoas tem padrões de consumo diferentes e isso inclui a forma com a qual se utiliza o dinheiro.
Ao receber seu salário o que você faz? Saca todo ele e fica com o dinheiro em mãos? Deixa uma parte inutilizada e saca aquilo que considera necessário para o mês? Vai sacando várias vezes durante o mês?

O fato é que, quando transformamos dinheiro em moeda (moeda aqui = moeda, nota, ... tudo que não inclua ganho de juros) , perdemos a chance de receber juros. E quando não o transformamos em moeda (deixando ele numa poupança, por exemplo), perdemos em conveniência - afinal, não podemos comprar mate de galão na praia sem moeda, não podemos pagar o trocador do ônibus sem moeda ....

Mas ... qual seria a medida ideal?
(obs: irei desconsiderar a perda de valor da moeda e que sobra dinheiro no fim do mês: as conclusões finais seriam as mesmas ... é apenas para facilitar o entendimento)

opção A) Sacar o dinheiro todo assim que receber e passar o mês com ele:

João recebeu seu salário de R$ 700 no dia 1. Logo depois sacou o dinheiro todo e o levou para casa. João gastou seu dinheiro de forma gradativa, conforme suas necessidades diárias e no dia 30 ... o dinheirinho todo acabou.Assim, no início do mês ele tinha 700 reais, no final do mês ele possuía 0 reais. O dinheiro em poder de João ao longo do tempo variou entre R$700 e R$0 , com média de R$350. E ele gasta um pouco menos de 24 reais por dia.

opção B) Ir duas vezes ao longo do mês no banco sacar o dinheiro. Digamos que o saque seja feito no dia que recebeu e outro no meio do mês.

Marcos também recebe R$ 700  no dia 1. Ele saca 350 reais. No primeiro dia tem 350 reais, no dia 15 tem zero. Ai ele realiza outro saque em seu banco de 350 reais nesse mesmo dia 15 e no dia 30 está zerado novamente.
Agindo assim, Marcos teve um pouco menos de 24 reais para gastar por dia também. Mas o dinheiro em poder de Marcos ao longo do tempo foi em média de R$ 175. Metade do valor que João tinha em sua posse.

Quando Marcos resolveu ficar com menos moeda em sua posse, ele passou a ganhar um pouco de juros dos 175 reais que permaneceram no banco.Entretanto, para esse ganho, ele teve que se dispor a ir mais uma vez no banco e pegar o resto dinheiro no dia 15.

Quantas vezes então seria o ideal para se ir ao banco e sacar dinheiro já que existe esse problema de juros e gasto em se ir ao banco?

Cada pessoa tem um custo interno em ir ao banco. Afinal ... ir ao banco pegar dinheiro não é como ir ao parque de diversões para se divertir ... ir ao banco é algo chato e você poderia estar fazendo algo muito mais interessante da sua vida do que ir até sua agência, num tempo não muito agradável, enfrentar fila, perder seu tempo até conseguir realizar a atividade de sacar seu dinheiro.... Enfim, imagine que fosse possível pagar alguém para ir ao seu banco no seu lugar e que a tarefa dessa pessoa fosse sacar esse dinheiro e entregá-lo a você , no ambiente que você estivesse descansando, se divertindo, ou sendo mais produtivo. Até quanto você estaria disposto a pagar o cara, ao invés de você mesmo realizar a tarefa???? hein , hein???? R$1, R$5, ... R$ 20???? O valor que você considerar que vale é o seu custo em ir ao banco.
 E digamos que o juros seja de 0,03%a.d.

Assim , o custo total  é de:
Custo do juros + Custo de ir ao banco (que por exemplo será de 5) .

Ctotal=juros*dinheiro do poder da pessoa ao longo do ano + 5* número de vezes que se vai ao banco

1-Para João:
0,03%*350+5*1 = R$ 15,50          

2-Para Marcos:
0,03%175 + 5*2 = R$ 15,25

ou com juros 0,04%


3-Para João:
0,04%*350+5*1 = R$ 19          

4-Para Marcos:
0,04%175 + 5*2 = R$ 17



Assim, quanto maior for a taxa de juros, mais você deve estar preocupado em perder juros e mais vezes você deveria ir ao banco, dado um custo de ir ao banco fixo. (comparar 1 e 3)

Mas digamos que o número de assalto aos bancos tenha aumentado consideravelmente e o seu custo de ir no banco aumentou, ou a agência perto da sua casa está em reforma e a próxima agência do seu banco é longe: Em ambos os casos, o custo de ir ao banco aumenta. Nesse caso, quanto maior o custo de se ir ao banco, menos você deve ir até ele, dado um juros fixo.

*Adaptação do modelo original de Baumol-Tobin




quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mercado de órgãos e o amor

Olá pessoal,

Hoje escolhi dois temas polêmico de propósito rs.

O mercado de órgãos é algo proibido no Brasil e algo, muitas vezes, de cunho ideológico inaceitável.

Hoje ... Gostaria de mostrar 3 argumentos a respeito do mercado de órgãos:

-Cunho exclusivamente ideológico:
O seu corpo é algo divino e não deve mexido. Geralmente essa é a percepção das igrejas. A doação é um ato maior. Você estaria agindo de forma altruísta. Caso você precise doar um órgão para alguém da sua família, isso é algo admirável. Mas não se pode fazer isso em troca de dinheiro que é considerado algo que as pessoas devem se desapegar. Desta forma: eu não faço isso e ninguém mais pode fazer , pois é errado segundo os ensinamentos da religião da pessoa.

-Cunho exclusivamente econômico:
Criasse um novo mercado. E isso é algo bom! Não interessa quais são os motivos pelo qual você está vendendo seu órgão: Se você quer dinheiro para comprar um carro, ou se é para salvar a vida de alguém, ou conseguir manter seus filhos em um ótimo colégio. De fato, valores são coisas internalizadas. Eu posso não ligar para carros e marcas e você achar o máximo ter tal carro e gastar R$100.000 no carro dos seus sonhos. Você é maluco?Não! Eu sou maluca? Não! Você simplesmente dá um valor diferente para um bem do que eu. Eu não me sinto mais satisfeita em ter um carro de R$ 50.000 ou R$ 100.000. Ambos os carros possuem a mesma utilidade para mim: Poder me deslocar. Talvez para outra pessoa, o de R$100.000 seja mais satisfatório, pois ele se sente bem em ter mais status.

O que quero dizer com tudo isso? Uma pessoa religiosa em uma boa situação financeira provavelmente não venderia seu órgão pois dá mais valor a ele do que ao dinheiro que este pode lhe dar. Talvez uma pessoa mais pobre, e com menos apelo de cunho religioso, não se importe em doar seu órgão para conseguir dinheiro para investir na educação do filho, por exemplo. E assim, o preço do mercado se ajusta.

Talvez o mercado de órgãos seja muito fora da nossa realidade. Mas então, vamos pensar em algo que todos sentem : amor.
Quando namoramos com alguém é natural que tenhamos que abrir mão de certas coisas. Assim, quando uma pessoa tem que escolher se vai realizar um intercâmbio ou vai continuar namorando com a pessoa X. Como ela faz essa escolha?
- Avalia o que a de bom e ruim em ambas as coisas: Ficar perto/longe da pessoa que gosta, não conseguir/conseguir uma melhor posição profissional no futuro, chance/ não chance de conhecer novos lugares....
-Avalia a risco de cada uma das coisas: Pode não gostar do intercâmbio, pode nunca mais falar com o seu namorado, Pode até conseguir as duas coisas se acreditar que a relação é forte o suficiente ....
Como disse, não interessa para que você quer o intercâmbio... Se paras crescimento profissional, se para estudar, se para turismo, se para curtir, para relaxar ...... Cada pessoa dá seu próprio peso para cada atividade. Eu entendo que pessoas possam dar mais valor a 1 mês de descanso e paz longe de tudo, do que continuar com a vida normal que tinha. O que não é meu caso ... Gosto da idéia de sair do meu lugar mas sei que tenho dia e hora e que continuarei a minha vida normal. Como disse, parte de cada um.
Digamos que você julga o amor algo maior do que tudo. Ou seja, você dá ao seu namoro o valor de R$ infinito. Mas infelizmente, ele te restringe algumas situações, como por exemplo, o intercâmbio de 6 meses que você tanto queria fazer.... Se realmente o seu namoro vale R$ infinito .... você recusa a oferta e sem se preocupar muito. Se você não dá esse valor todo e acha que devia investir no intercambio, arcando com as possíveis consequências disso, é uma escolha sua .... e também não existe nada de errado nela.
O fato de você fazer a escolha de uma tal forma, não invalida a possibilidade das outras pessoas fazerem outras escolhas.
Da mesma forma que eu não bebo bebida alcoólica, mas existe um mercado de bebida alcoólica. Desde que as pessoas bebam de maneira consciente e não acabem me atropelando, ou fazendo qualquer outra coisa por causa do efeito do álcool excessivo no sangue, eu acho mais é que deve existir um mercado disso mesmo. Mas agora chegamos em um outro ponto, o terceiro tema:

- Cunho econômico e social:
Esse pensamento permite avaliar o ponto de vista econômico de uma maneira mais crítica .... ou seja... avaliando suas consequências sociais. É razoável acreditar que em um mercado de órgãos sem controle (onde não há nenhuma espécie de controle por parte do governo), pessoas de má índole possam matar pessoas para vender seus órgãos.Ou mesmo, pode ser razoável que a pessoa seja ameaçada para doar seus órgãos. Em ambos os casos, a situação é repudiável. Assim, uma vez que é possível existir um mercado, esse mercado deve ser controlado para que as pessoas que não o utilizam não sejam prejudicadas. Cabe aos governantes do país avaliar se a existência do mercado não autorizado é algo realmente danoso e passível de ocorrer, ou não. Ou se o mercado praticamente inexiste.Se se deve combatê-lo, ou oficializá-lo.
Sim são questões bem complicadas....

*Texto baseado em um artigo do Mankiw : do livro "macroeconomia quinta edição"





terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O seguro-desemprego e suas consequências

Olá,

Desculpem pela demora na atualização, mas estive cuidando de alguns problemas de saúde.Portanto, resolvi me dar 1 mês de descanso rs.
Então, agora, volto a atualizar o blog 1x por semana como sempre =D

O assunto de hoje é o seguro-desemprego.
Em janeiro foi divulgado que o seguro-desemprego sofreu um impacto menor de reajuste. E que isso ocorreu devido a mudança no seu cálculo, que antes era no salário mínimo e agora, passou a ser o INPC.
Para maiores detalhes da reportagem:
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/seguro-desemprego-tem-reajuste-de-6-2-inferior-a-2012
http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2013/01/seguro-desemprego-tem-reajuste-de-620-em-2013-decide-codefat.html

Assim, como o reajuste foi menor, devido a mudança na forma de calculá-lo, o valor total de cada parcela do seguro-desemprego será menor do que seria pelo cálculo antigo.

Mas como o seguro-desemprego afeta cada trabalhador e a economia de um país?

Qualquer mecanismo por forma de lei acaba por mexer na economia do país de alguma forma. E com o seguro-desemprego, criado em 1986 pelo decreto-lei nº 2284, não é diferente.

No Brasil o seguro desemprego pode ser de , no máximo, 5 meses. Esse número de meses varia de país para país. E alguns países nem sequer possuem este benefício. 


Primeiro,daremos o cenário: Fred está trabalhando faz mais de 5 anos em uma empresa privada. Ocorre uma crise global e esta empresa se vê obrigada a enxugar o quadro de funcionários, ou senão, irá a falência. E Fred, infelizmente, foi um dos escolhidos. 

Fred ganha pouco e não foi capaz de conseguir uma grande poupança durante esse período.

-Situação 1: Fred mora em um país sem seguro-desemprego:

Fred, que já mal conseguia se sustentar com o seu salário, agora está sem salário nenhum, apenas com o que a lei lhe garantia por ter sido demitido sem justa causa. Ele procura desesperadamente por qualquer emprego. Pode trabalhar de bico, pode realizar trabalhos temporários ou informais, pode realizar até trabalhos com CLT que não lhe agradem por serem pouco seguros. Mas Fred não tem muita opção. Ele precisa comer e pagar o aluguel de sua casa. Caso contrário será despejado.

-Situação 2: Fred mora em um país com seguro-desemprego de no máximo 5 meses:

Fred tem um tempinho para respirar. Está recebendo menos do que quando trabalhava, mas já é capaz de pensar no caminho que quer seguir. Embora saiba que em 5 meses é difícil de conseguir um emprego tão bom quanto o que estava, pode procurar com mais calma as empresas que empregam no seu ramo de trabalho. Ele sabe que passado esse tempo, a sua situação começará a se complicar. Então ele começa , desde o dia que ficou desempregado, a economizar dinheiro e vai procurando várias empresas condizentes com o seu antigo emprego, ou até melhores. No segundo ao terceiro mês, ele começa a ficar mais preocupado e começa a procurar empregos um pouco inferiores. No quinto mês ele começa a passar perto do que é a situação 1. Mas pelo menos já conseguiu juntar um pouco de dinheiro nesses 5 meses.

Situação 3: Fred mora em um país com seguro-desemprego de 1 ano:

Fred está tranquilo da vida. Perdeu o emprego , mas agora vai receber um pouco menos , mas não vai ter que trabalhar durante um ano. Não ganha tanto, mas também, pode ir na praia todos os dias agora rs. Está ganhando para não trabalhar. Ele faz uma expectativa de que consiga um novo emprego condizente com o seu trabalho em 6 meses sem dificuldade. Assim, procura empregos muito melhores que o seu antigo durante os 4 primeiros meses, mas não esquenta muito a cabeça em arrumar um emprego. Aproveita para curtir seu momento de "férias". Faltando 6 meses, já começa a procurar emprego de forma mais constante. Com 5 meses, volta para a situação 2.

Quais as conclusões que chegamos nesses casos:

- Existir o seguro-desemprego é algo bom, pois o indivíduo não se vê desesperado e com uma queda abrupta e não antevista em sua renda. Com o seguro, o profissional consegue passar por um período de transição onde passa a ser capaz de prever em qual momento vai passar a ficar sem sua renda vinda do seguro-desemprego e começa a se planejar com isso. É capaz de ir pensando nas melhores alternativas para essa situação adversa.

- O seguro-desemprego deve ter uma data de término: Como fomos capazes de perceber, é importante que o seguro não tenha um prazo grande demais. Possuir um prazo grande significa estimular a não procura por emprego. O seguro-desemprego passaria não a ajudar o trabalhador que está passando por necessidade devido a falta de emprego. Mas na verdade, ele estimularia as pessoas a somente procurarem de fato emprego quando a data estivesse terminando. Se não existisse uma data de término para o auxílio, muitos prefeririam ser sustentados eternamente pelo governo, do que procurar um emprego.  

Desta forma, concluímos que o seguro-desemprego é algo interessante socialmente de se ter. Mas ele deve ter os incentivos corretos. Um período que seja o suficiente para o profissional mudar para um emprego condizente com o 
seu antigo trabalho.

Espero que tenham gostado!
=)


Para maiores detalhes sobre o seguro-desemprego e suas modadlidades acessem: http://www.brasil.gov.br/para/servicos/direitos-do-trabalhador/seguro-desemprego , esse site explica de maneira bem fácil como ele funciona.
Ou esse que é bem completo: http://www.mte.gov.br/Trabalhador/SeguroDesemp/estatistica/Caracteristicas/Conteudo/3337.pdf

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O câmbio: o quê , de fato, ele afeta a sua vida?

Bom, primeiro deixa eu já ir me desculpando pelo post muito grande ... Mesmo que eu ainda não tenha começado a escrevê-lo .... Mas é que pelo tema de hoje, já sei que vai ficar longuinho.

Então, quando você faz uma faculdade de economia tem coisas que você não tem como escapar. Por algum motivo que eu desconheço, toda a humanidade pensa que eu sei  religiosamente a cotação do dólar, quisá do euro também. E da mesma forma, pensa que acompanho todas as mudanças da taxa selic.

Então, desculpem, sinto decepcioná-los, mas não acompanho esses dados tão religiosamente assim. Se alguém me perguntar sobre o câmbio eu provavelmente não saberei quanto ele está. E pra quem agora ficou curioso só porque eu disse ....adianto que o Dólar  está a R$2,06 (no dia que começo a escrever esse post 20.12.12), um dia antes do fim do mundo. E o euro está em R$2,73. E a taxa selic está em 7,25%.
A taxa selic é bem mais fácil de acompanhar, admito, tem grande chance de eu saber lhe responder.
(Mas falar sobre a selic fica pra outro post rs)

Podem acompanhar em http://economia.uol.com.br/cotacoes/

Acho que todo mundo passa por isso. Engenheiros que tem amigos que querem saber se dá pra construir um andar a mais em um edifío só olhando pro edifício (sem analisar planta do prédio nem nada). Amigos médicos que tem que adivinhar a doença da outra pessoa só com a descrição e sem exames .... E eu que tenho que saber cotação de dólar necessariamente rs. Como assim você é economista e não sabe a quanto está o dólar hoje?????????????????????????????????????????????????????????????????????????????

Mas uma coisa mais normal ainda é alguém ter a curiosidade e me perguntar para quê serve o câmbio e no que ele afeta o país e a sua vida. Essa pergunta é relevante e eu mesma, quando criança,  via na televisão o jornal e não sabia dizer se aumento ou queda do dólar era algo bom ou ruim e ficava meio indiferente a essa informação. Hoje eu posso ajudar os amiguinhos com isso. =)

Então primeiro: Pra quê serve o câmbio?

O câmbio mostra o quanto vale uma moeda em relação a outra. No caso, com 1 dólar, você é capaz de comprar R$2,06.

Segundo: porquê 1 dólar tem valor diferente de 1 real?

A moeda é um tipo de mercadoria também. Antigamente, quando não existia moeda, se eu produzia uvas e quisesse comprar um sapato, eu teria que encontrar um vendedor de sapatos que gostasse de uvas. Agora, com a moeda, sei que posso vender minhas uvas para uma ou mais pessoas, ganhar o dinheiro e comprar o sapato de outra pessoa com o dinheiro.
Então, no câmbio o que está acontecendo é uma troca de uma mercadoria (real) por outra (dólar).
E assim como uma mercadoria, seu valor é baseado na idéia de oferta e demanda. Existem mais pessoas no mundo interessadas em comprar dólar, do que pessoas no mundo interessadas em comprar reais.

Terceiro: Mas porque é que vale MAIS que 1 real?

Você pode escolher entre dois brincos iguais de presente : um brinco é de ouro e o outro é bijuteria. Qual você escolhe? (E nesse exemplo não existe nenhum problema moral em fazer seu amiguinho gastar pouco ou muito dinheiro com o brinco rs) A análise aqui é de mercadoria com mercadoria. Você provavelmente irá escolher o brinco de ouro. Mas qual o motivo dessa escolha? Em primeiro lugar, você interiormente sabe que pessoas preferem ouro do que bijuteria. E sabe que se um dia precisar vendê-lo, conseguirá vender ele mais rápido e por quase o mesmo preço que a pessoa pagou ao te dar o presente. Além disso, o brinco de ouro tem muito mais chance de durar mais do que a biju (Isso se você não for que nem eu e não perder brincos em tempo recorde rs).

E é por tudo isso que o dólar é mais demandado que o real: Os investidores estrangeiros analisam se é uma moeda estável, forte e duradoura: Nesse ponto avalíasse o risco-país, mudanças no tipo de regimes...

Um exemplo clássico é o próprio Brasil: Quando Luiz Inácio Lula da Silva tinha grandes chances de ser eleito pela primeira vez o Presidente do Brasil, o dólar disparou a R$4,00. O motivo foi a dúvida do investidor estrangeiro sobre os rumos que o país iria tomar, pois Lula vinha de um partido contrário a muitas das ideias do partido anterior a Presidência. O Lula se viu obrigado a escrever uma carta pública dizendo que  não afastaria o país das diretrizes da boa política econômica começadas no governo anterior. E isso fez melhorar um pouco a situação.

Para mais informações sobre o assunto:
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/10/10/dez-anos-apos-ir-a-r-4-dolar-a-r-2-reflete-novo-brasil

Os investidores extrangeiros param de investir no país se tiverem dúvidas sobre o retorno desse investimento. É como na bolsa de valores, se uma ação começa a ficar com cara de que você vai perder dinheiro se a comprar, você prefere investir seu dinheiro em algo mais seguro de retorno. Da mesma forma, o investidor prefere investir seu dinheiro em outro país. Ele pega então seus reais investidos e transforma-os em dólares novamente, para investir em outro canto. A demanda por dólar aumenta muito e o dólar se torna valorizado frente ao real.

Quarto: O que significa o real valorizado ou desvalorizado?
Real valorizado: Com um dólar você compra a mesma coisa em real
Real desvalorizado: Com um dolar você compra muitos reais. Exemplo: O caso acima do Lula.

Quinto: Quem se beneficia e quem se prejudica com essas variações?

Importadores:

Digamos que o valor de um produto X no EUA seja de $10. E então a empresa quer vender esse produto no Brasil. Com o câmbio a R$ 2,06 cada dólar, esse produto chega no Brasil valendo  10*2,06, ou seja R$ 20,60. Já, se o câmbio estivesse a R$4,00 cada dólar, o produto seria vendido no brasil por R$40.

Assim, para o importador, é preferível que o real esteja valorizado, pois seu produto se torna mais competitivo no Brasil.

Produtor interno brasileiro:

Em contrapartida, imagine o produtor interno Brasileiro: Para ele, quanto menos concorrência ele tiver é sempre melhor. Quando o importador passa a ter preços muito competitivos, sua margem de lucro pode diminuir pois com maior competição, ele tem que lutar mais para conquistar o mercado. E se a situação dele já não estiver muito boa, isso pode gerar a quebra da fábrica, desemprego ....

Exportador:

Para o exportador, a visão é a inversa do importador. Imagine que o produto custe R$10 para ser produzido aqui. Na hora de exportar, com o câmbio a R$2,06, o produto é vendido no EUA a $4,85 aproximadamente (R$10/R$2,06). Já, com o câmbio a R$4,00, o produto é vendido no EUA a $2,50.
Assim, para o exportador, quanto mais desvalorizado estiver o real, melhor. Isso porque o seu produto consegue competir melhor com o produto do pais onde ele será vendido.

Turista do exterior:

Quando um gringo vem aqui pro brasil e sua moeda está valendo muito em relação ao real, ou seja, quando 1 dolar vale 4 reais por exemplo, pouco dinheiro em dólar acaba virando muito em reais e o gringo acha que está comprando os produtos daqui baratos, pois acaba fazendo a conversão na mente. Assim, real desvalorizado significa mais consumo por turistas gringos aqui.

Turista brasileiro:

Quando o real está valorizado, as pessoas daqui ficam estimuladas a viajar para o exterior. A cotação das passagens são em dólar geralmente e não precisasse de tantos reais para conseguir comprar uma passagem em dólar.

Sexto: O Governo têm como controlar de alguma forma o câmbio, para se proteger de variações muito altas para mais ou para menos?

O Banco Central consegue ajudar nisso. O Banco Central entra na economia como um agente econômico enorme capaz de afetar oferta e demanda de moeda. (Em um futuro próximo falaremos mais sobre os mecanismos que o Banco Central tem e o seu papel.)

Bom, é isso. Ficou grandinho o texto. Eu avisei rs. Espero que tenham tido paciência pra ler tudo isso.
Não sei se vou conseguir escrever na próxima semana, pois , é natal e ano novo e .... teoricamente o mundo acaba hoje tb rs. Então resolvi escrever 2 posts essa semana.

Assim, envio adiantado um maravilhoso natal para todos, cheio de alegria, família reunida e comidinhas gostosas!!!!!!!! E um excelente ano novo!!!!!!!Com muitíssima saúde e muito equilíbrio!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O café da manhã é a refeição mais importante do dia!

Olá pessoal,

O texto de hoje é para você que já ouviu essa frase do título na sua casa, por seus amigos, em filmes ....
essa frase foi estudada por cientistas e derrubada para emagrecer, mas foi aceita para o rendimento elevado durante o dia!!
http://www.portaldepaulinia.com.br/saude/alimentacao/18683-estudo-derruba-mito-de-que-cafe-da-manha-reforcado-ajuda-a-emagrecer.html
http://noticias.universia.com.br/ciencia-tecnologia/noticia/2012/12/12/988445/bom-cafe-da-manh-melhora-rendimento-escolar-segundo-pesquisa.html

Mas, por qual motivo, razão, ou circunstância (como diria nosso querido professor Girafales) estou falando sobre café da manhã hoje? O motivo é simples: O querido café preto vai me servir como exemplo para mostrar a diferença entre bens complementares e bens substitutos e me permitir que explique o quê são esses bens.

Primeiro, vou tomar por base o que é uma xícara de café gostosa e prática pra mim:
-água quente
-1 colher de café em pó
-1 colher de açúcar ou 5 gotas de adoçante.

Como deu para perceber, sou indiferente entre adoçante e açúcar. Pra mim, a função dos 2 é simplesmente a de deixar minha xícara de café doce. E não suporto tomar café sem adoçante ou açúcar. Sendo assim, o café com a água apenas, não me servem para nada.

Nesse caso, os bens substitutos são o açúcar e o adoçante. Dessa forma, devo considerar na hora da compra do produto para por no meu cafezinho, o preço que estão os dois itens e o quanto rendem, dada a proporção que eu uso. Se ambos os produtos durarem 4 meses na minha casa por exemplo, devo comprar aquele que esteja mais barato na hora da compra. Digamos que o açucar estava mais barato e eu o comprei.

Considerando o cenário, os bens complementares seriam o café e o açúcar. Se eu quero um café doce, de nada me adianta ter café em casa e não ter açúcar e vice-versa. Assim, "estou feliz" com 1 cafezinho e 1 colher de açúcar nele. E meu "nível de felicidade" não estaria melhor se tivesse 2 cafezinhos e 1 colher de açúcar ou 2 colheres de açúcar e 1 de cafezinho. Mas eu estaria "mais feliz" com 2 cafezinhos e 2 colheres de açúcar. Nesse ponto, o ponto interessante de relatar é que se um dos itens do meu café (ou o café em pó ou o açúcar) estiverem mais caros, eu passo a comprar o máximo da combinação que eu preciso desses dois produtos. Digamos: Açúcar 1000gr R$2,60; café 200 gr  R$ 15,00. E sabemos que uma colher de sopa equivale mais ou menos a 15 gramas.
Desta forma: açúcar: +- 66 colheres em 1 pacote
                    café: +-13 colheres em um pacote
Tenho 35 reais para gastar com café e açúcar. Eu então compro: 2 pacotes de café e 1 de açúcar em um gasto total de R$ 32,60. E me sobra R$ 2,40. Assim consigo fazer 26 cafezinhos com açúcar. E me sobra 40 colheres de açúcar. No mês seguinte, o café foi pra 20 reais as 200 gramas. Eu então, com 37,40, compro 1 café apenas e não compro açúcar. Isso porque tinha 40 colheres de açúcar sobrando do mês anterior e utilizarei 13 colheres dessa sobra apenas, devido a quantia de café que consigo comprar.

Dessa forma, a demanda dos dois bens depende do preço dos 2 bens e do máximo que dá pra fazer de combinação desses bens. Além disso, deve ser levado em consideração a quantidade de gramas diferente em cada pacote na hora de maximizar essas combinações.

Espero que tenham gostado do texto.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Um dia é da caça, outro do caçador

Primeiro, me desculpem pela demora na atualização.

O tema de hoje surgiu baseado em um vídeo que saiu na internet essa semana. Na verdade, é uma reportagem de um assalto em São Paulo e que é no mínimo inusitada a situação. Eis o link para o vídeo (Do mesmo diretor de : ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão, rs) :

http://www.youtube.com/watch?v=I47X3jqwgH4

Esse vídeo incomum me fez lembrar do dilema dos prisioneiros. Assunto geralmente discutido em qualquer curso que tenha matérias básicas de economia: Adm, engenharia, direito...

A história desse dilema se trata de 2 ladrões, que cometeram juntos um crime e são cúmplices.
Felizmente, a polícia consegue capturá-los e - da mesma forma que em seriados estilo CSI,Law and order - interroga os ladrões simultaneamente e individualmente em uma salinha.

Nesse processo de interrogamento, os políciais sabem que têm provas para condenar cada elemento marginal da lei por 2 anos*. Entretanto, eles desconfiam que os ladrões são responsáveis por um crime muito maior, mas infelizmente não possuem provas suficientes para incriminá-los. Sendo assim, os policiais precisam que pelo menos 1 ladrão aceite a delação premiada. A delação premiada se caracteriza pela diminuição da pena para o delator. Seria como um incentivo para o ladrão dizer a verdade.

Desta forma, 1 polícial entra em cada sala onde o ladrão está para ser interrogado individualmente e faz a mesma proposta para ambos os ladrões : Olha, nós somos capazes de prender vocês por pelo menos 2 anos, pois ambos estavam com porte ilegal de arma. Entretanto, achamos que vocês dois também são responsáveis por tráfico de drogas**, mas não temos provas suficientes para incriminá-los. Se vocês não revelarem nada para a gente, vocês ficarão presos por 2 anos. Caso você admita que ambos são traficantes, nós lhe damos a delação premiada e você paga apenas uma multa e é liberto e seu comparsa ficará 12 anos na cadeia. Já, se seu comparsa também delatá-lo, seu testemunho já não nos é de grande valia e ambos ficam presos 8 anos.

O ladrão está no dilema: Admito ou não meu crime e o do meu companheiro?

Então, o ladrão pensa:
- Se meu amigo não me delatar, o melhor é eu contar, pois aí, não seria preso.
-Se meu amigo me delatar, o melhor ainda é eu contar, pois fico só 8 anos preso, e não os 12.
Assim, a idéia de delatar, independente do que o outro ladrão fizer, sempre é dominante.

Com esse pensamento, ambos os ladrões revelam que além do porte ilegal de arma, são traficantes e são condenados a 8 anos de prisão cada um.

O mais engraçado é que, se ambos tivessem ficado de boca calada, teriam apenas ficado 2 anos na cadeia.

Desta forma, a solução tomada de forma individual é pior que se a solução fosse tomada pensando na coletividade. A lógica individual é distinta da coletiva.

O melhor seria 2 anos para cada um (O que para os economista se chama ótimo de pareto)
Mas o resultado encontrado foi 8 anos para cada um (O que para os economistas se chama equilíbrio de Nash)

Em linhas gerais, segundo a lei brasileira:
*O porte ilegal de arma pode gerar de 2 a 4 anos de prisão, além de multa.
**Tráfico de drogas pode gerar de 5 a 15 anos de prisão, além de multa.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Cuidado com os sinais

Quando você vê uma foto de uma pessoa de óculos de grau, a primeira impressão que você tem é: ela deve ser inteligente. Quando vê uma pessoa muito forte, a primeira impressão que você tem é: ele deve ser muito vaidoso e se preocupar muito com a aparência física.

Isso que você faz é um juízo de valor. A menina pode não ser tão inteligente assim, mas usa óculos porque desde pequena tem problemas de vista. O rapaz pode não ser vaidoso, mas é lutador de MMA e precisa manter o corpo em forma e se dedicar. É a profissão dele que está exigindo isso.

Nesse caso, o óculos e o corpo forte foram maus sinalizadores. Como você não conhece a história de vida deles, você se utilizou de formas de identificar características pontuais que pudessem revelar essa história.

E todas as pessoas são avaliadas , frequentemente, baseadas em sinalizadores:

Exemplo: Emprego.

- Faculdade de boa qualidade: A pessoa tem um ensino de boa qualidade e investiu nisso.
-CR(para estágios), ou histórico escolar(para mestrados, doutorados): CR alto indica bom aproveitamento acadêmico. Pessoa estudiosa. Bom profissional.
-Provas (online para trainee, OAB, ANPEC): Avalia capacidade de ser bom profissional. Tem os conhecimentos necessários.
-TOEFL, CAMBRIDGE, DELE... (e outros certificados de língua): Prova de que sabe a língua estrangeira de fato.
-Fez Pós-graduação, MBA na área: De fato esta é a área de interesse da pessoa. O perfil está correto.
-Mestrado e Doutorado: Preocupação com o desenvolvimento intelectual e atualização.

Alguns desses sinalizadores, (assim como no caso do óculos), são faceis de serem rebatidos:
- A faculdade pode ser de boa qualidade, mas a pessoa pode dormir na sala de aula e a preocupação de investir nos estudos vir apenas dos pais. Ao mesmo tempo que outra pessoa dá muita importância aos estudos, vai em todas as aulas, assiste, faz resumo, mas simplesmente não tem dinheiro para bancar uma faculdade melhor.
-CR e histórico escolar indicam de fato bom aproveitamento acadêmico escolar. (Embora a pessoa possa ser um bom aluno, mas ter sido afetada por fatores externos: problemas familiares, prioridade de aprender na prática -estágio-...). Mas de qualquer maneira, não revela um bom profissional. Para um bom estudante se tornar um bom profissional, algumas características são essenciais: bom relacionamento interpessoal, capacidade de comunicação, pontualidade, capacidade de negociação, curiosidade...
Além disso, no caso do C.R. existe um problema a mais: Uma faculdade pode ser muito rigorosa e outra faculdade pode ser muito fácil nas provas. Se este for o caso, um C.R alto pode não identificar quantidade de estudo. Muitas vezes o aluno de CR 6,0 pode ter estudado e aprendido muito mais do que um aluno de C.R. 8,0. Assim, acredito que C.R. só deveria ser usado como critério para classificação de estudantes de uma mesma faculdade.

Outros sinalizadores me parecem mais confiáveis:
-TOEFL, CAMBRIDGE,DELE: Mas é claro que sempre pode acontecer de uma pessoa boa se dar mal naquele dia por motivos externos.
-MBA,Pós, mestrado e doutorado: Acredito que para a maioria das pessoas, trabalhar seja menos custoso que estudar, principalmente se não se pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Sendo assim, se a pessoa está tendo a preocupação contínua de se dedicar ao estudo, de se aprimorar,duas coisas ficam claras: Ela gosta da profissão dela, ela tem uma preocupação de crescer na vida.

Esses sinalizadores são utilizados para realizar um juízo de valor positivo seu. Todos eles. Os mais e os menos evidentes. E isso vale para área privada e pública. Na pública, ter especialização, anos de trabalho, mestrado e doutorado, contos pontos na classificação, e/ou um aumento no salário.

Por isso, fique de olho na sinalização que você deseja passar e até quanto vale a pena ter o retorno de um sinalizador positivo, diante do custo que você tem que arcar para obtê-lo.








segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O carona

Hoje, a ideia é entender mais do que se trata ser um carona em economia. Pois bem, ontem eu agi como um. Não que me orgulhe muito disso rs. Mais vou relatar o ocorrido como exemplo:
Fui assistir a exposição impressionista que está tendo no CCBB com minha mãe. Aliás, para quem gosta, tem grandes artistas como Monet, VanGogh, Pissarro, Renoir.... e outros. E tem um vídeo no segundo andar (inclusive para quem desanimar com a fila... pois, dá para assistir sem enfrentá-la) que é muito interessante. A exposição fica até Janeiro e sempre está cheia. O ideal é ir na hora que o CCBB abre, ou então, 2 hora antes dele fechar.

Ok, agora, voltando ao meu exemplo rs. Chegando lá, a fila estava dando voltas no quarteirão. A maioria do trecho que a fila estava fazendo tinha sombra e um vento bem agradável. Na minha frente, um casal novo (menos de 25). O menino alto e a menina baixa. Atrás, uma turma de universitários que vinham de niterói e iam passar a noite na Feira de São Cristóvão (o tédio da fila faz você se tornar uma pessoa super socializável).

Em outro trecho da fila , não tinha como escapar do sol. Embora goste dele, ele estava especialmente forte ontem. E é essa parte da história que interessa: Enquanto enfrentava o sol, o casal na minha frente surge com um guarda-chuva de corações. Como o menino era alto, ele segurou o guarda-chuvas que serviu para ambos fugirem do sol. Eu estava logo atrás deles e me posicionei para aproveitar parte da sombra também. Claro, buscando não incomodar eles. O trecho era curto, logo voltamos para a sombra.

Essa história boba mostra o significado de carona. O carona, em economia, é aquela pessoa que se aproveita de uma atitude de outra pessoa e sem arcar com gastos, consegue se beneficiar. Em alguns casos, o carona pode chegar a atrapalhar a pessoa, em outros não.

Assim, no nosso caso, o produto que todos daquele trecho queriam era a sombra. A menina, precavida, comprou aquele guarda-chuva. Custo que eu não incorri. E ambas fomos beneficiadas. A menina nesse caso, não teve problema por eu ter sido carona. Ela continuou tendo a mesma quantidade de sombra e espaço que teria.

Agora, vamos para um exemplo mais sério: Taxa contra incêndio. No Brasil, caso a sua casa pague, ou não a taxa de incêndio, a sua casa será atendida pelos bombeiros se ela pegar fogo. Em alguns outros países , os bombeiros averiguavam se você havia ou não pagado a taxa contra incendio. Caso você tivesse pagado, eles apagavam o fogo da sua casa. Caso não tivesse pago, eles deixavam sua casa queimar. Provavelmente só se preocupavam com a vida dos moradores de lá e com a estrutura das casas vizinhas que tinham efetuado o pagamento.

Nesse caso, podemos dizer que existir caronas é um problema. A casa de alguém que não pagou a conta pode ser atendida antes do seu chamado e você que pagou pelo serviço terá um atendimento pior devido a demora dos bombeiros que estão atendendo a outra casa. Ao mesmo tempo, não me parece justo e nem humano que os bombeiros possam ajudar um incêndio, e não o façam por você não ter pagado a conta.

Muitos problemas do setor público, em relação a qualidade dos serviços prestados ocorrem devido aos caronas.

Espero que tenham gostado do texto e que apenas sejam caronas se isso não prejudicar ninguém que investiu dinheiro, tempo, dedicação ou qualquer outro fator de investimento. Basta avaliar a consequência de ser carona. Por isso, pague sua taxa contra incêndio e ajude a melhorar o serviço público. =)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A teoria do ciclo de vida - uma pincelada

Economia é uma ciência social, e como tal, analisa o mundo. A teoria do Ciclo de Vida surge no intuito de tentar achar padrões de consumo e de poupança durante o longo da vida do ser humano.

Nesta teoria, a poupança é vista como a forma de tornar possível o consumo depois da aposentadoria.
Nosso consumo é baseado em parte do que ganhamos de salário e em parte do que ganhamos através de outros meios (ex: herança...) que aqui chamaremos de riqueza.

Agora vejamos: a expectativa de vida de um brasileiro -Chamarei nosso personagem do exemplo de Eduardo-,segundo IBGE é, em média, de 73,4 anos. Irei considerar aqui 73 anos. Eduardo está doido para se aposentar. Ele é pedreiro e a idade já está lhe pesando. Assim, com 65 anos ele finalmente se aposenta. Para simplificar nosso exemplo, tudo que o Eduardo poupar será exatamente o seu consumo no futuro (poupança sem taxa de juros) e irei considerar como o ano 1, o ano que Eduardo começou a trabalhar formalmente, isto é, 18 anos. E Eduardo não possui riquezas.

Seu salário durante todo o tempo de serviço foi em média de R$ 800, um pouco acima do piso salarial da sua categoria (Lei do Estado Rio de Janeiro no. 6.163 de 09.02.2012). Assim, por ano, ele consegue R$ 9.600 (800*12)

A Renda através do trabalho que ele consegue durante todos esses 47 anos de contribuição é de R$451.200 (47*9.600).

Eduardo,e qualquer outro ser humano, quer ter uma vida tranquila, sem muitos problemas econômicos. Ele não quer passar a aposentadoria dele na miséria, preocupado com o que terá para comer no dia seguinte. Ele quer conseguir manter o padrão de consumo constante durante a sua vida. Desta forma, Eduardo tem que consumir os R$451.200 durante (73-18 anos) 55 anos. Apenas assim ele conseguirá manter o mesmo padrão de consumo sempre e não terá que se preocupar com o periodo pós-aposentadoria. Arredondando, ele deverá consumir durante a sua vida, a cada ano, em torno de R$ 8.200 (R$451.200/55). 

Sabemos que ele consegue, por ano de trabalho, em torno de R$ 9.600, mas que só deve consumir R$ 8.200 desses R$9.600. Então, R$1.400, por ano, devem ser poupados pensando em manter um padrão de consumo igual , durante a sua aposentadoria.

Você provavelmente reparou em um problema nesses cálculos: Se Eduardo ganha R$800 por mês e deve economizar R$1400 por ano, isso equivale a economizar mais de R$ 115 por mês. Ou seja, Eduardo teria que  consumir apenas R$ 685 durante todo o mês. Adicionando a isso, o fato de que uma cesta básica atualmente, segundo o DIEESE, ser de R$ 297,17 na capital do Rio de Janeiro.

Essa teoria do ciclo de vida é um modelo e funciona de maneira universal, porém ele é simplificado. Nesse mundo, não existe o INSS. Partiria da própria pessoa realizar as contas e poupar o dinheiro. Claro que Eduardo, provavelmente não iria conseguir economizar o dinheiro necessário, pois ganha pouco. Talvez ele preferisse simplesmente não poupar e depois ter direito a pensão com salário mínimo ( afinal, ele não sabe se vai viver até os 73 mesmo).

Todos esses pontos devem ser considerados. A renda, a forma que a aposentadoria é realizada, a incerteza, não somos capazes de adivinhar o quanto teremos em média de salário durante todo nosso tempo de contribuição (afinal, podemos mudar de cargo, crescer hierarquicamente).... Mesmo assim, os modelos são sempre úteis para observar a realidade. 

Como plus: 
Os atuais salários mínimos por categoria no Estado do Rio de Janeiro.
http://www.portalbrasil.net/salariominimo_riodejaneiro_2012.htm

Como funciona a aposentadoria em outros países:
http://blogdoadvogadoemidio.blogspot.com.br/2010/09/aposentadorias-em-outros-paises.html

Texto sobre previdência de José Marcio Camargo. Pessoa que tive a oportunidade de ter aula.
http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/26256_PREVIDENCIA+QUEM+PAGA+A+CONTA+